O consumo do leite e seus derivados na fase adulta é muito comum no Brasil e em outras partes do mundo, pois é um alimento com alto teor de cálcio e fonte de vitaminas A, B6 e B12, além de ser rico em minerais.
Porém, ainda existem muitas dúvidas sobre a lactose, o carboidrato encontrado no leite, também conhecido popularmente como açúcar do leite, que pode desencadear intolerâncias em vários níveis, causando sintomas desagradáveis em pessoas com maior sensibilidade a ela.
Para evitar as reações à intolerância da lactose, é essencial conhecer mais sobre ela.
Para isso, a Madrugão Suplementos elaborou essa matéria completa para tirar dúvidas sobre o que é a lactose, tipos de intolerância e suas causas, sintomas, tratamentos e muito mais. Confira!
O que é a lactose?
Para os bebês, o leite materno é extremamente importante para o seu desenvolvimento, e mesmo que na fase adulta não tenha a mesma importância nutricional, o leite de vaca passa a ser consumido, não só no preparo de massas, pães e bolos, como também em sua forma pura.
No leite humano, a lactose representa cerca de 7,2%, enquanto no leite de vaca cerca de 4,7%. Mas, afinal, o que é a lactose?
A lactose é o açúcar encontrado no leite dos mamíferos e seus derivados (queijos, iogurtes e afins).
Ela é a responsável por dar aquele gostinho levemente adocicado comum no leite e suas moléculas são transformadas em energia para abastecer as células do corpo.
A lactose é um hidrato de carbono, do tipo dissacarídeo (tipo simples de açúcar) composto por duas moléculas de monossacarídeos: a glicose e a galactose.
Essas são sintetizadas ainda nas células alveolares das glândulas mamárias.
Para serem transformadas em energia, a lactose precisa ser quebrada em outras partículas menores, em glicose e galactose, para serem melhor absorvidas pelo intestino.
A enzima responsável por esse processo é a lactase, que é produzida na mucosa intestinal dos mamíferos e tem papel importante para definir se uma pessoa é ou não é intolerante a lactose.
Intolerância à lactose
As duas partículas que citamos mais para cima (glicose e galactose) são absorvidas pelo intestino e mandadas diretamente para a corrente sanguínea, cada uma desempenhando uma função diferente no organismo: a glicose será usada como fonte de energia, enquanto a galactose se transformará em um dos compostos de glicolípidios e glicoproteínas.
Se durante o processo de digestão da lactose não houver enzimas de lactase suficientes para acontecer a hidrolise (quebra), e ela permanecer inteira, a lactose será fermentada por bactérias presentes na flora intestinal que produzem ácido lático e gases, ocasionando os sintomas comuns da intolerância, como dor, flatulências e inchaço na barriga.
Portanto, podemos dizer que a carência em lactase é a chave do problema da intolerância.
Tipos de intolerância e suas causas
Diversos estudos já mostraram que pelo menos 70% dos brasileiros sofrem de algum grau de intolerância à lactose.
Esse grau de intolerância pode ser leve, moderado ou grave, e dependerá do tipo de intolerância existente no organismo e a sua causa.
Existem três tipos de intolerância à lactose, e as suas causam estão diretamente ligadas ao tipo. Conheça abaixo:
1) Intolerância à lactose primária
Os bebês, por se alimentarem exclusivamente do leite materno nos seus primeiros meses de vida, nascem com grandes quantidades de lactase e assim a alta produção se estende até o desmame.
Após a inclusão de novos alimentos na dieta, é comum que o corpo diminua a produção da enzima conforme envelhecemos, mas para algumas pessoas isso pode ocorrer de forma mais acentuada, levando a um quadro de intolerância.
2) Intolerância à lactose secundária
Nesse caso, a produção de lactase é afetada temporariamente por doenças intestinais, como a síndrome do intestino irritável, doença de crohn, doença celíaca ou diarreia.
O tratamento dessa intolerância é feito através do controle da doença.
3) Intolerância à lactose congênita
Embora seja uma forma rara e crônica da intolerância à lactose, é possível que a criança nasça com deficiência total da lactase e não tenha condições de produzi-la.
Essa condição é um problema genético, passada de geração em geração, e é preciso que o pai e a mãe transmitam o gene de intolerância para que o bebê apresente o problema.
Sintomas da intolerância à lactose
Os sintomas da intolerância à lactose costumam aparecer entre trinta minutos a duas horas após a ingestão do leite puro, de seus derivados (queijos, iogurtes, manteiga, requeijão, etc.) ou em preparações que levem o leite (bolos, pães, biscoitos, sorvetes, brigadeiro, etc.).
Os sintomas costumam aparecer no sistema digestivo, e a sua intensidade varia de acordo com a quantidade de lactose ingerida e o tipo de intolerância apresentada.
Entre os principais sintomas da intolerância à lactose, estão:
- Náuseas
- Vômitos
- Diarreia
- Dor na barriga
- Inchaço abdominal
Alergia ou Intolerância?
É importante diferenciar alergia ao leite da intolerância à lactose.
Enquanto a intolerância é causada pela baixa ou nenhuma produção da lactase, a alergia à proteína do leite (caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina), mais comum do leite vaca, é uma reação anormal do sistema imunológico às proteínas do leite, considerando ele como “inimigo”.
A alergia pode se manifestar após a ingestão da menor porção de leite ou derivados, causando sintomas digestivos (náuseas, vômitos, diarreia, dores e inchaço abdominal), cutâneos (dermatites e urticárias), respiratórios (asma, rinite, etc.) e levar a baixo ganho de peso e afetar o crescimento.
A mãe que amamenta um bebê APLV deve, inclusive, seguir uma dieta especial, isenta em leite e derivados, até o fim da amamentação.
Tratamento da intolerância à lactose
Não há um tratamento para a intolerância à lactose. A condição é apenas controlada evitando o consumo de alimentos que contenham lactose ou os cortando totalmente da dieta dependendo do grau da reação.
Com o devido acompanhamento e orientação médica, ao passar dos anos, pode acontecer a reintrodução da lactose aos poucos, com o objetivo de identificar qual a quantidade de lactose que o organismo consegue digerir, sem provocar os sintomas indesejados.